Estudo aponta que uso regular de maconha pode aumentar risco de demência e problemas cardiovasculares

Por Portal 62 – Saúde

Um estudo recente da Universidade de Ottawa, no Canadá, tem gerado grande repercussão ao associar o uso regular de maconha a riscos significativamente maiores de desenvolver demência e complicações cardiovasculares graves, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e insuficiência cardíaca.

Segundo a pesquisa, pessoas que procuram atendimento médico de emergência ou são hospitalizadas por motivos relacionados ao uso de cannabis apresentam um risco 23% maior de desenvolver demência no período de cinco anos, em comparação com aquelas internadas por outras causas. A análise foi liderada pelo pesquisador Daniel Myran, coautor do estudo, que destacou ainda que, quando comparado à população geral, o risco sobe para 72%.

“Alguém que vai ao pronto-socorro ou é hospitalizado por causa do uso de cannabis tem um risco 23% maior de desenvolver demência em cinco anos, em comparação com alguém que foi ao hospital por outro motivo”, explicou Myran.

Apesar dos dados alarmantes, os autores do estudo reforçam que os resultados não significam uma ligação causal definitiva entre o uso da maconha e o desenvolvimento de demência. O objetivo principal, segundo Myran, é ampliar o entendimento sobre os impactos do uso da cannabis na saúde pública, especialmente diante da crescente legalização e aceitação da substância em diversas partes do mundo.

O estudo também lança luz sobre a necessidade de se aprofundar em pesquisas que avaliem os efeitos do consumo regular de cannabis a longo prazo, especialmente entre jovens adultos e idosos, que podem apresentar maior vulnerabilidade aos efeitos neurológicos e cardiovasculares da substância.

A pesquisa reacende o debate sobre os limites e os cuidados na regulamentação do uso da cannabis, tanto medicinal quanto recreativo, e reforça a importância de políticas públicas baseadas em evidências científicas para garantir a segurança da população.