PL desiste de Parece que a direita goiana resolveu baixar a guarda — pelo menos por enquanto. O PL de Goiás, partido de Jair Bolsonaro, decidiu não recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) que reverteu a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado e do prefeito Sandro Mabel, além de livrar este último da cassação. Curiosamente, a ação que gerou a sentença inicial havia sido movida pelo próprio PL.
No último dia 8 de abril, o TRE-GO acolheu os recursos apresentados pelas defesas de Caiado e Mabel, derrubando a decisão da juíza Maria Umbelina Zorzetti, que havia concordado com a acusação de que o governador teria interferido na eleição municipal ao promover reuniões com vereadores eleitos e suplentes no Palácio das Esmeraldas em apoio ao então candidato Mabel.
O Tribunal, porém, entendeu que os encontros foram pontuais, sem gravidade suficiente para justificar cassação ou inelegibilidade. No máximo, foi identificada uma conduta vedada, passível apenas de multa.
Diante da reviravolta, o PL chegou a anunciar que iria recorrer, mas a direção estadual recuou. Para alguns, esse recuo pode ser interpretado como um gesto de trégua entre os bolsonaristas e os aliados de Caiado. Uma espécie de “cessar-fogo” estratégico dentro da ala direita da política goiana — sem maiores compromissos por enquanto, mas com efeitos práticos no xadrez eleitoral.
E falando em estratégia, chama atenção o nome de Demóstenes Torres, ex-senador que atualmente atua como advogado de Jair Bolsonaro em uma ação no Supremo Tribunal Federal. Nos bastidores, já se fala que o PL poderia considerar Demóstenes como uma opção para a disputa ao Senado em 2026. Seria uma movimentação que, no mínimo, mostra que o partido segue atento e se articulando para os próximos embates.
Enquanto isso, a direita goiana se acomoda em novas posições, aguardando o próximo movimento — porque, como sempre, ninguém quer ficar de fora do jogo.